Terapia Cognitivo Comportamental na Infância e Adolescência

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma intervenção considerada padrão ouro e é uma abordagem que vem se renovando com diversas novas ondas de abordagens que englobam um conjunto de ferramentas que compartilham características comuns.

 O pressuposto central da TCC reside no fato de que os pensamentos exercem uma influência nas emoções e no comportamento. Essa tríade: pensamento-emoções e comportamento será estudada de diversas formas no curso. A TCC se baseia em dois princípios centrais:

​1. nossas cognições têm uma influência controladora sobre nossas emoções e comportamento; 

2. o modo como agimos ou nos comportamos pode afetar profundamente nossos padrões de pensamento e nossas emoções.

 A TCC considera que os indivíduos respondem ao significado das situações mais que aos eventos em si. Isto não se equivale a dizer que fatores cognitivos exercem papel causal exclusivo na etiologia dos transtornos mas que exercem um papel central e importante. O que você pensa pode determinar o que você sente em função das interpretações e dos pensamentos que surgem dessas interpretações. Esses pensamentos e não os fatos reais, são o que determinam o estado de ânimo da pessoa. A TCC trabalha flexibilizando esses pensamentos e os modos patológicos do processamento da informação e leva em conta que sofremos, na maioria das vezes, não pelas situações, mas pelas interpretações rígidas que fazemos delas.  

​Na TCC, os terapeutas incentivam o desenvolvimento e a aplicação de processos adaptativos de pensamento, como o pensamento racional e a solução de problemas. O terapeuta ajuda os pacientes a reconhecer e mudar o pensamento patológico em três níveis de processamento de informações: pensamentos automáticos, crenças intermediárias e crenças centrais.

 A TCC concentra-se primordialmente no aqui-e-agora. No entanto, é essencial ter uma perspectiva longitudinal – incluindo a consideração do desenvolvimento na primeira infância, histórico familiar, traumas, experiências evolutivas positivas e negativas, educação, história de trabalho e influências sociais – para entender completamente o paciente e planejar o tratamento. É enfatizada uma abordagem voltada para o problema porque a atenção às questões atuais ajuda a estimular o desenvolvimento de planos de ação para combater sintomas como desesperança, desamparo, evitação e procrastinação. Além disso, as respostas cognitivas e comportamentais a eventos recentes são mais acessíveis e verificáveis do que as reações a ocorrências no passado distante. (Wright et al., 2003)